segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Movimento Barroco - 2º trimestre




O Movimento Literário Barroco
O Barroco começa a partir do ano de 1600 e todas as manifestações entre essa data e 1700 estão inseridas em um contexto assimétrico e rebuscado das obras barrocas.
O Barroco ou Seiscentismo teve início em Portugal com a unificação da Península Ibérica, fato que acarreta ao período intensa influência espanhola, e também faz surgir outra denominação para o período, Escola Espanhola. No Brasil, o Barroco teve início em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira, o qual introduz em definitivo o modelo da poesia camoniana na literatura brasileira.
O estilo Barroco surgiu, em meio à crise dos valores renascentistas, ocasionada pelas lutas religiosas e dificuldades econômicas. O contexto assimétrico e rebuscado do Barroco, citado anteriormente, é reflexo do conflito do homem entre as coisas terrenas e as coisas celestiais, o homem e Deus, antropocentrismo (homem no centro) e o teocentrismo (Deus no centro), pecado e o perdão, enfim, constantes dicotomias.
As principais características barrocas são:
Dualismo: O Barroco é a arte do conflito, do contraste. É a expressão do contraste entre as grandes forças reguladoras da existência humana: fé x razão; corpo x alma; Deus x Diabo; vida x morte etc. Esse contraste será visível em toda a produção barroca, é frequente o jogo, o contraste de imagens, de palavras e de conceitos.
Fugacidade: De acordo com a concepção barroca, no mundo tudo é passageiro e instável, as pessoas, as coisas mudam, o mundo muda. O autor barroco tem a consciência do caráter efêmero da existência.
Pessimismo: Essa consciência da transitoriedade da vida conduz frequentemente à ideia de morte, tida como a expressão máxima da fugacidade da vida. A incerteza da vida e o medo da morte fazem da arte barroca uma arte pessimista, marcada por um desencantamento com o próprio homem e com o mundo.
Cultismo X Conceptismo
Cultismo: caracterizado pela linguagem culta, rebuscada, ligado à forma, jogo de palavras, com influência do poeta espanhol Luís de Gôngora, e por isso, chamado também de Gongorismo.
Conceptismo: caracterizado pelo jogo de ideias, ligado ao conteúdo, raciocínio lógico, com influência do espanhol Quevedo, e por isso, chamado também de Quevedismo.
Linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando muitos recursos estilísticos, figuras de linguagem e sintaxe, hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos.
Literatura moralista, já que era usada pelos padres jesuítas para pregar a fé e a religião.
Antropocentrismo x Teocentrismo (homem X Deus, carne X espírito).
Conflito existencial gerado pelo dilema do homem dividido entre o prazer pagão e a fé religiosa.

No Barroco brasileiro destacam-se os autores: Padre Antônio Vieira com suas obras de profecias, cartas e sermões e Gregório de Matos Guerra, essencialmente poético.

Gregório de Matos Guerra recebeu a alcunha de “o Boca do Inferno” a qual lhe foi dada por sua ousadia em criticar a Igreja Católica, muitas vezes ofendendo padres e freiras. Criticava também a "cidade da Bahia", ou seja, Salvador.
 

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