terça-feira, 7 de maio de 2013

PERÍODOS LITERÁRIOS


Escolas Literárias
A análise de uma obra de arte pressupõe a leitura e a contextualização. Ou seja, deve-se compreender uma obra sem desprezar a História, sem desprezar o contexto. Isso, porém, não pode ser visto como camisa de força que impeça a leitura intrínseca da obra, a leitura que privilegia o modo de escritura a estética. O que é característico da boa obra: se ela permitir, a despeito do tempo, uma leitura esteticamente agradável, independente do contexto, pode ser considerada boa obra. No entanto, se a compreensão necessitar de que o leitor conheça o contexto, haverá uma nítida perda da função estética, poética de uma obra. Em outros termos, podemos buscar o sentido exato da obra relacionando-a ao contexto, ou podemos buscar outros sentidos, igualmente possíveis, na leitura atualizada dessa mesma obra, favorecida pela estética. As chamadas escolas literárias, entre outras funções, ajudam o leitor a contextualizar a obra. Por este motivo, é importante que o estudante conheça os principais aspectos de cada período da literatura.

Quinhentismo (século XVI)
Representa a fase inicial da literatura  brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese destaca-se Padre José de Anchieta com seus poemas, autos, sermões cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação (de viagem) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.

Barroco  (século XVII)
Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do Barroco. As obras são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual.  Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais representantes desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopéia; Gregório de Matos  Guerra (Boca do Inferno), autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes.

Neoclassicismo ou Arcadismo  (século XVIII)
O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos do Barroco são deixados de lado, entram em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados (fugere urbem = fuga das cidades) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada. As principais obras desta época são: Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da Gama, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão.

Romantismo (século XIX)
A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real  portuguesa em 1808, e a Independência do Brasil  em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período. Como características principais do Romantismo , podemos citar: individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos citar: O Guarani de José de Alencar, Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, Espumas Flutuantes de Castro Alves , Primeiros Cantos de Gonçalves Dias. Outros importantes escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu , Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza.

Realismo - Naturalismo  (segunda metade do século XIX)
Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, junto com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como características desta fase, podemos citar: objetivismo, linguagem popular, trama psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado de Assis  com as obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas/naturalistas: Aluisio de Azedo, autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia, autor de O Ateneu.

Parnasianismo (final do século XIX e início do século XX )
O parnasianismo  buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.

Simbolismo  (fins do século XIX)
Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broquéis de João da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.

Pré-Modernismo (1902 até 1922)
Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só começou em 1922 com a Semana de Arte Moderna . Está época é marcada pelo regionalismo, positivismo , busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os principais autores deste período são: Euclides da Cunha  (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato , Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos .

Modernismo (1922 a 1930)
Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922 . As principais características da literatura modernista são: nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas: Mario de Andrade , Oswald de Andrade , Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira .

2ª fase do Modernismo – O romance Neo-Realista (1930 a 1945) –
Fase da literatura brasileira  na qual os escritores retomam as críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos também são retomados. Destacam-se as seguintes obras: Vidas Secas de Graciliano Ramos, Fogo Morto de José Lins do Rego , O Quinze de Raquel de Queiróz e O País do Carnaval de Jorge Amado. Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond  de Andrade e Cecília Meireles .

Pós- Modernismo- (1945-?)
Nesta terceira fase, a prosa dá sequência às três tendências observadas no período anterior – prosa urbana, prosa intimista e prosa regionalista, com uma certa renovação formal; na poesia temos a permanência de poetas da fase anterior, que se encontram em constante renovação, e a criação de um grupo de escritores que se autodenomina “geração de 45”, e que buscam uma poesia mais equilibrada e séria, sendo chamados de neoparnasianos.
Destacam-se autores como: João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina), Guimarães Rosa (Grande Sertão: veredas); Lygia Fagundes Telles; Dalton Trevisan; Clarice Lispector (A paixão segundo G.H)

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