quarta-feira, 8 de maio de 2013

TEXTO LITERÁRIO E TEXTO NÃO LITERÁRIO



Quando indagamos a respeito do que é que distingue um texto literário do não literário, percebemos que são inúmeras as respostas as quais não são definitivas.
Assim, tem-se buscado a demarcação dos textos em outros campos. Todo texto possui uma FUNÇÃO. Com base nesta conclusão, diz-se que o texto literário apresenta uma FUNÇÃO ESTÉTICA, enquanto o texto não literário tem uma FUNÇÃO UTILITÁRIA (informar, convencer, explicar, responder, ordenar etc.).
O texto literário é rico em linguagem literária, repleto de recursos expressivos que chamam a atenção para o modo como foi construído. Ele procura sensibilizar, emocionar o leitor. A preocupação estética é patente, as palavras são arranjadas no papel com muita beleza e são carregadas de sentidos conotativos.

Veja o exemplo de dois textos, tratando do mesmo assunto. 

A escravidão dos negros, no Brasil, é uma nódoa que mancha a nossa história. Mesmo com a “libertação “dos escravos, através da Lei Áurea, a escravidão continua a deixar seu rastro por muitos e muitos anos. Grandes injustiças sociais foram cometidas contra os cidadãos afrodescendentes que, ao receber a chamada “liberdade”, foram, de um dia para o outro, jogados ao Deus dará, sem ter emprego fixo, moradia ou alimentos, criando-se assim outro problema tão grave quanto a escravidão: eram levas e levas de ex escravos que vagavam pelas cidades, sem ter quem os acolhesse. Logo em seguida, ao invés de contratar os serviços dos recém libertos, o Brasil resolveu investir trazendo agricultores europeus, principalmente os italianos, para cuidar da lavoura, tarefa que antes era exercida exclusivamente pela mão de obra escrava. 
(M. das Neves)
(...)
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
(...)
(Castro Alves)

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