sábado, 2 de maio de 2009

REFLEXÕES ACERCA DA PRÁTICA EDUCATIVA

Marion Rodrigues Dariz
E.M.E.F.Dr. Joaquim Assumpção

Atualmente, o sistema educacional brasileiro vive uma de suas piores crises, e isso se deve, em grande parte, a falhas na comunicação, a desvios de teorias, métodos e técnicas implantados durante as inúmeras mudanças empreendidas nas últimas décadas. Um triste fato comprova isso. Segundo Zagury¹ (2006), ao final da 4ª série do Ensino Fundamental, com quatro anos de escolarização, mais da metade dos alunos continua mal sabendo ler e fazer cálculos matemáticos básicos, e cerca de 40% dos alunos concluem a 8ª série praticamente analfabetos e sem o domínio dos instrumentos mínimos necessários para conseguir um emprego de contínuo.
Percebe-se, com base nesses dados, que inúmeros são os desafios da contemporaneidade e que exigem mais criatividade, mais dinamismo e mais reflexão daqueles que trabalham com educação. Reflexão da prática educativa a qual pode ser compreendida como princípio edificador de mudanças. Foi nesse sentido que nos propusemos a refletir a prática pedagógica realizada com alunos de 8ª série do Ensino Fundamental, na Escola Dr. Joaquim Assumpção, na cidade de Pelotas – RS.
O público-alvo dessa prática educativa foram jovens, em sua maioria, entre 13 e 14 anos. As características da turma não diferem muito de grande parte da nova geração juvenil, que apresenta expectativas, “clama” por mudanças, está em busca de seu espaço. E nada melhor que o processo educativo para incentivá-la a exercer sua cidadania, construindo relações democráticas e solidárias, ou seja, um conjunto de condições necessárias ao seu engajamento político e social, contribuindo para um aumento na motivação, na tentativa de superação. Por isso, torna-se imprescindível a prática dos alunos e suas ações em sala de aula e na sociedade.
Entendemos, com base no trabalho desenvolvido com os educandos supracitados, nas reflexões e nos debates que muitos são os fatores que envolvem o corpo docente, afetando de modo direto o processo ensino-aprendizagem. Há uma falha de comunicação entre as partes.
Com o espaço proporcionado pelo 8º Poder Escolar, tive a oportunidade de desenvolver um trabalho ímpar com esses alunos. Foi nesse momento que eles expuseram seus dilemas, suas frustrações..., foi a oportunidade de ouvi-los e poder compartilhar os momentos bons e os ruins. Nessa ocasião, verifiquei que é hora de considerar o novo perfil do educando e, sobretudo, tornar a construção do conhecimento um processo pró-ativo, cujo resultado seja significativo.
Por meio dele, procurei refletir sobre e inovar minha ação enquanto professor e educador, detectando problemas e falhas, procurando aperfeiçoá-la, para, com isto, atingir o meu principal propósito, pois como afirma Foucault “os professores têm necessariamente que refletir sobre a sua prática pedagógica, pois sem isso não há mudança possível em educação.”
Infelizmente, também constatei, com esse trabalho, um fato chocante: a crise das instituições de ensino - as quais cada vez mais perdem credibilidade, seja por ações equivocadas, como pela falta de participação dos envolvidos nestas, ou pela conjugação das duas. Nesse aspecto, a escola surge como uma instituição desacreditada a qual alunos freqüentam as aulas por exigência da família e não por uma perspectiva própria, o que acarreta muitos problemas de interação em sala de aula.

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